Rodoanel mato-grossense terá 52 km e promete desafogar tráfego na região de Cuiabá


07/04/2024 - Estradas


Rodoanel mato-grossense terá 52 km e promete desafogar tráfego na região de Cuiabá
Foto Divulgação/DNIT


Empreendimento será construído por meio de convênio entre os governos federal e estadual

“Rodoanel, um dia você vai andar nele”. A célebre frase de um jornalista especializado em transporte no País se perpetua há quase 4 décadas. A obra que teve início sob o comando da extinta Dersa, ainda foi concluída. Faltam os trabalhos do trecho Leste.

Agora, o governo federal e o do Mato Grosso firmaram um convênio no qual vão investir, inicialmente, mais de R$530 milhões para uma obra de 52 quilômetros de extensão interligando as rodovias federais BR-163/MT, BR-364/MT e BR-070/MT, além de duas estaduais, a MT-010 (Estrada da Guia) e MT-251 (Estrada da Chapada).

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), as obras de duplicação do Contorno Norte de Cuiabá (Rodoanel), na BR-163/MT, estão em ritmo acelerado, com quatro frentes de serviços simultâneas.

Atualmente estão sendo realizadas a construção de um viaduto de 130 metros e a execução dos serviços de terraplenagem no traçado do Rodoanel, no entroncamento com a rodovia estadual MT-010. Além disso, está sendo construída uma ponte de 230 metros sobre o Rio Cuiabá. Também como parte do empreendimento, a obra avança com os serviços de terraplenagem no trecho localizado na cidade vizinha de Várzea Grande.

Maior obra viária do Mato Grosso

Assim como o exemplo do Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, o Rodoanel na BR-364/MT é considerada a maior obra rodoviária que está sendo realizada no Mato Grosso. Após sua conclusão, deve desafogar o tráfego na região metropolitana da capital e fortalecer a atividade econômica do agronegócio.

Convênio

Segundo o Dnit, a obra é resultado de um convênio firmado entre o Governo Federal, por meio da Autarquia, e o governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra).

No empreendimento estão sendo investidos R$ 539.303.639,79, que estão divididos da seguinte maneira: 60% são oriundos de recursos federais que totalizam R$ 323.582.183,87, repassados pelo DNIT; e outros R$ 215.721.455,92, repassados pelo Governo do Estado.

No termo de compromisso ficou estabelecido que o DNIT será o órgão concedente, responsável pela transferência de recursos, aprovação de projeto e fiscalização, enquanto a Sinfra é o órgão interveniente responsável por licitar, elaborar o projeto e executar a obra.

Rodoanel

A obra está dividida em dois lotes, sendo que o lote um (21,5 quilômetros de extensão) encontra-se em obras e o lote dois (30,2 quilômetros de extensão) está em fase de aprovação do projeto.

Com aproximadamente 52 quilômetros de extensão, o futuro Rodoanel vai interligar a região do Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, até o Distrito Industrial de Cuiabá, passando pela rodovia MT-010 (Estrada da Guia) e pela rodovia MT-251 (Estrada da Chapada) até chegar na BR-364/MT. Na prática, o Contorno Norte abrange a capital Cuiabá e a segunda maior cidade do estado, Várzea Grande.

Ao longo desse trajeto, considerando os dois lotes, serão construídas 15 Obras de Artes Especiais (OAEs), dentre elas quatro pontes, quatro viadutos, uma trincheira na Avenida Antártica (181 metros) e seis passagens de nível em razão da duplicação.

O trecho contempla três rodovias federais coincidentes, sendo a BR-163/MT, a BR-364/MT e a BR-070/MT. Atualmente é executado o primeiro lote, com 21 quilômetros de extensão.
Alto padrão de engenharia

Os 52 quilômetros do Rodoanel serão totalmente duplicados utilizando o pavimento rígido em concreto, que tem durabilidade de 30 anos, uma média superior ao asfalto convencional de apenas dez anos.

O pavimento em concreto é o que existe de melhor em termos de engenharia hoje no Brasil. Essa tecnologia é a ideal para trechos rodoviários que recebem uma grande quantidade de tráfego de caminhões que transportam cargas pesadas, como é o caso de Mato Grosso, o maior produtor de grãos do Brasil.

Com a conclusão do empreendimento, os veículos pesados deixarão de trafegar por dentro da capital, desafogando o trânsito local de veículos leves e melhorando a mobilidade urbana de Cuiabá e Várzea Grande.

No atual trecho de dez quilômetros já existente (entre a Av. Antártica e a Estrada da Guia MT-010), será utilizada uma tecnologia de engenharia inovadora, que é o chamado pavimento rígido do tipo Whitetopping. Essa tecnologia consiste em uma camada de concreto, a qual é colocada sobre uma estrutura de pavimento contendo um revestimento flexível. Tal inovação foi utilizada também no trecho da BR-163/364/MT entre Cuiabá e Serra de São Vicente.

O empreendimento facilitará o transporte da carga que segue pela BR-163/MT em direção ao terminal ferroviário da região Sul do estado e aos portos de Santos (SP); pela BR-070/MT rumo ao Pantanal; e da BR-163/MT para a região Norte do estado e os portos do chamado Arco Norte, no estado do Pará.


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