01/07/2025 - Último Segundo
Por Marcia Bessa Martins
Somente nesta terça (1), outros 15 carros foram atingidos com pedradas; ninguém ficou ferido

Foto Agência Brasil
Ataques a pedradas estão sendo registrados na capital e na região metropolitana.
Pelo menos 197 ônibus do transporte público da cidade de São Paulo foram alvos de ataques a pedradas, desde o dia 12 de junho, de acordo com informações confirmadas pela SPTrans ao Portal iG.
Somente nesta terça-feira (1), pelo menos outros 15 carros que circulavam na capital paulista foram vandalizados, de acordo com relatos das empresas operadoras.
Também há registros de casos na Região Metropolitana.
Em nota enviada ao iG, a SPTrans afirma que, juntamente com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte (SMT), repudia aos atos de vandalismo registrados no sistema de transporte e segue fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar nas investigações.
“A SPTrans reforça a orientação para que as concessionárias comuniquem imediatamente todos os casos à Central de Operações e formalizem as ocorrências junto às autoridades policiais” , destaca a nota.
Apesar dos danos materiais, em todos os casos os motoristas optaram por desembarcar os passageiros como medida de segurança e não houve registro de feridos.
Investigações
Também por meio de nota enviada ao iG, a Secretaria de Segurança Pública do Estado informa que a 6ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (DISCCPAT), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), conduz as apurações sobre as ações criminosas, com foco na identificação e responsabilização dos autores.
A Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER) também está envolvida nas investigações, para monitorar a atuação dos criminosos em plataformas digitais.
Há suspeita de que os ataques sejam resultado de algum desafio online, mas a SSP não confirmou esse dado.
Paralelamente, ainda de acordo com a nota, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) vai se reunir com representantes das empresas de transporte para discutir estratégias para o enfrentamento das ações criminosas.
“O policiamento ostensivo e preventivo segue reforçado nas regiões afetadas, como parte das medidas adotadas para conter a criminalidade e garantir a tranquilidade da população”, diz a SSP, sem detalhar o andamentro das investigações.
Cobrança dos sindicatos
Entidades patronais do transporte público em São Paulo cobraram, nesta terça-feira (1), do governo estadual e da Prefeitura da capital paulista, providências para apurar os casos de vandalismo contra ônibus e de proteção de passageiros e funcionários que trabalham nas linhas.
As organizações se pronunciaram em carta endereçada nesta terça-feira (1º) à Secretaria Municipal de Segurança Pública, ao prefeito Ricardo Nunes e à Secretaria da Segurança Pública.
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), que representa as concessionárias de transporte de passageiros da cidade, relata que as investidas já provocam medo, tanto em passageiros como em trabalhadores, "diante da constante ameaça de serem vítimas de apedrejamentos ou agressões semelhantes".
No documento, o sindicato destaca que os ataques aconteceram nas últimas semanas e que, apesar disso, até o momento, não foi levantada hipótese sobre a motivação por trás dos episódios nem "causa declarada".
O SPUrbanuss também pede reforço no policiamento, sobretudo em paradas de ônibus, corredores e terminais, "onde costumeiramente ocorrem os ataques".
Por meio de nota de repúdio, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do ABC também exigiu medidas urgentes para responsabilizar os autores dos crimes.
A entidade entende que "atos de violência e vandalismo são inaceitáveis sob qualquer justificativa e representam um atentado direto ao direito de ir e vir da população, especialmente das pessoas que utilizam o transporte público como principal meio de locomoção para o trabalho, estudo e outras atividades do dia a dia".
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