Teleférico do Alemão só deve ficar pronto em 2025; peças para reparo custam quase R$100 milhões


11/04/2024 - CBN Rio

A informação consta em documentos a que a CBN teve acesso, que fazem diagnósticos e orçamento para reativação do modal.

Por Pedro Bohnenberger  


Teleférico do Alemão, na Zona Norte do Rio
Foto Alerj


Teleférico do Alemão só deve ficar pronto em 2025; peças para reparo custam quase R$100 milhões

Parado há quase oito anos, o Teleférico do Alemão só deve voltar a funcionar em 2025. A informação consta em documentos a que a CBN teve acesso, que fazem diagnósticos e orçamento para reativação do modal. O novo prazo, se cumprido, somaria um ano de atraso da promessa inicial do governo estadual. A intenção da Secretaria de Transportes em 2022, quando o reparo foi iniciado, era entregar o modal em abril deste ano.

O Teleférico do Alemão é o primeiro sistema de transporte público por cabos aéreos do Brasil e tem 3,5 km de extensão. O sistema atendia a cinco estações do complexo: Morro do Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Palmeiras, tendo como início e fim do percurso a estação de Bonsucesso, integrada ao sistema de trens.

O teleférico foi inaugurado em 2011 e chegou a transportar 10 mil pessoas diariamente, mas deixou de funcionar em 2016. O sistema foi operado pela Supervia entre 2011 e fevereiro de 2016. Depois, passou para Consórcio Rio Teleféricos, que cobriu a operação do sistema até a sua paralisação, em setembro de 2016.

Desde então, as estruturas não passaram por manutenção. Materiais com valor comercial, compostos por metais como alumínio e cobre, foram furtados e o teleférico ficou em estado de abandono.

Um dos impasses para finalização da obra é que as novas peças para reparo do teleférico só podem ser produzidas por uma única empresa, a francesa Poma, que construiu parte da estrutura do equipamento.

Segundo análise da técnica do governo, alguns dos componentes foram desenvolvidos em caráter técnico exclusivo pela Poma, ou seja, não são de domínio público, e só poderiam ser corrigidos pela empresa, que é detentora da tecnologia. Um orçamento já enviado pela companhia ao Estado calculou em 17,7 milhões de euros os custos de reparo, equivalente hoje a mais de 96 milhões de reais.

Entre as peças estão itens que vão desde parafusos, trilhos circulares, motores de cadência, sensores de segurança, rolamentos, polias de desvio de cabos, até o sistema hidráulico, com aquisição de óleos para freios e unidades de tensão.

Por causa da necessidade exclusiva, o governo preparou um contrato de inexigibilidade, que exclui a necessidade de licitação. O termo está em análise jurídica.

Em 2021, o governador Cláudio Castro chegou a ir à França negociar com a Poma a contratação de reparo. À época, a promessa era de que esse contrato, negociado hoje, estivesse pronto em dezembro daquele ano.


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